15/03/2018

Ativistas e intelectuais negras marcam presença no II Encontro Internacional Ciberfeminista

O lugar do feminismo na rede, luta, resistência estarão na roda de conversa

Ocupando posição de protagonismo na agenda do Fórum Social Mundial 2018, que acontece até o dia 17 de março em Salvador, as mulheres negras estão entre as principais vozes do II Encontro Internacional Ciberfeminista: descolonizando a internet. O evento será realizado nesta quinta-feira, a partir das 14 horas, no Auditório Raul Seixas, no Campus São Lázaro, na Universidade Federal da Bahia (UFBA). O objetivo do encontro reunir lideranças feministas e  grupos de mulheres que utilizam a internet para a socialização de experiências e proposição de espaço seguros, de autodefesa e de usos críticos dessa ferramenta de comunicação.

Integram a organização do II Encontro Ciberfeminista Internacional a Associação Cultural e Artística de Santiago do Iguape, Cachoeira/BA; Blogueiras Negras; PretaLab; InternetLab; Meninas Digitais-Regional Bahia; Escola de App; Intervozes; Barão de Itararé; Grupo de Pesquisa em Políticas e Economia da Comunicação e da Informação (PEIC/ECO/UFRJ); Centro de Comunicação, Democracia e Cidadania (CCDC/FACOM/UFBA); e do Grupo de Pesquisa em Gênero, Tecnologias Digitais e Cultura (GIG@/FACOM/UFBA). Durante o evento, o Intervozes apresenta a campanha Conecte Seus Direitos, iniciativa que busca conectar organizações que trabalham com a defesa dos direitos humanos com as comprometidas com a promoção de uma internet livre.

Winnie Bueno é umas das participantes. Ela é Iyalorixa, ativista feminista negra latino-americana, bacharel em Direito e mestranda em Direito pela Unisinos, no Rio Grande do Sul e membro da Rede de Ciberativistas Negras. “Eu acompanhei a formulação dos primeiros FSM, quando ainda se pensava num outro mundo possível. A expectativa agora é estar com pessoas e movimentos que pensem resistência e reflitam os acúmulos dos movimentos sociais nesse momento de crise. Descobrir essas formulações dos movimentos sociais são importantes nesse sentido: seus históricos, suas ações políticas. Recuperar isso é algo que eu espero ver acontecer no FSM. Quero contribuir com esse espaço pensando ação política de mulheres negras, a centralidade da intelectualidade negra e sua assertividade como uma ferramenta importante de resistência e formulação”, explica.

Além do encontro onde as redes são pensadas como ferramenta de denúncia e formulação de saídas para a crise, Winnie Bueno também irá compor uma mesa do movimento Vamos, junto ao professor Hélio Santos (Doutor em Administração pela FEA/USP e professor do mestrado em Desenvolvimento Humano da Fundação Visconde Cairu em Salvador), a professora Denise Botelho (Doutora em Educação e professora da UFRPE), a vereadora mineira Áurea Carolina e outros ativistas vinculados ao campo da esquerda.

Serviço

II Encontro Internacional Ciberfeminista: descolonizando a internet

Quando: 15 de março, às 14 horas

Onde: Auditório Raul Seixas, na Universidade Federal da Bahia

 

Sobre a Rede de Ciberativistas Negras

A Rede de Ciberativistas Negras reúne mulheres de todas as regiões do país para a atuação em defesa dos direitos das mulheres negras, por meio de ações virais e rápidas, através do ciberativismo. O grupo opera dando visibilidade a denúncias de violações de direitos e estimulando a geração de respostas, inclusive do poder público, além de encorajar a participação de toda a sociedade.

 

Plataforma Alyne. A Criola também opera a plataforma Alyne, espaço virtual para a adesão e inclusão de petições públicas em defesa dos direitos das mulheres negras.

CRIOLA é uma organização da sociedade civil com mais de 25 anos de trajetória na defesa e promoção dos direitos das mulheres negras. Fundada em 1992, a organização atua na construção de uma sociedade onde os valores de justiça, equidade, solidariedade são fundamentais. Durante quase três décadas, a Criola reafirma que a ação transformadora das mulheres negras é essencial para o bem viver de toda a sociedade brasileira.

0