08/12/2017

Caveirão Não!

“A campanha “CAVEIRÃO NÃO! Favelas pela Vida e contra as Operações”, organizada por movimentos sociais, mães e familiares de vítimas de violência policial, movimentos de favelas, organizações de direitos humanos e ativistas, vem, por meio desta carta, convocar o Ministério Público Estadual a cumprir o seu dever constitucional, realizando o efetivo controle externo da atividade policial, de modo a coibir as práticas violentas em operações policiais nas favelas. De janeiro a outubro de 2017, os números de homicídios cometidos pelas polícias do Estado do Rio de Janeiro chegaram a 910 mortos, numa média de três mortos em operações policiais por dia. Exigimos celeridade e eficiência por parte do MP para inibir novas operações violentas, com uso dos caveirões aéreos e terrestres, bem como para promover a investigação de violações de direitos perpetrados por agentes do Estado contra a população negra, pobre e favelada.

Em operações recentes da Polícia Militar, assim como da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (CORE), a violência e o desrespeito aos direitos mais básicos dos moradores marcaram a atuação dos agentes de Estado. A operação realizada no Conjunto de Favelas da Maré nessa semana, e a presença constante do BPChoque e Bope na Rocinha, desde setembro, demonstram a sistematicidade das violações dos direitos de moradoras e moradores de favelas. Na manhã do dia 05 de dezembro desse ano, em uma operação conjunta da Polícia Militar e da CORE na Maré, muitos tiros foram disparados pelo caveirão aéreo, armas letais foram utilizadas em áreas residenciais, escolas foram fechadas e crianças tiveram que deitar no chão em sala-de-aula, para evitar serem atingidas. Os moradores não puderam exercer seu direito de ir-e-vir para o trabalho, casas foram invadidas e reviradas pela polícia, postos de saúde e o comércio foram fechados.”

Clique na imagem para continuar a ler a carta entregue ao Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro.

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