13/03/2019

Criola mistura luta e arte para lembrar Marielle

Março marca lutas fundamentais para Criola, organização da sociedade civil com histórico de atuação em defesa dos direitos das mulheres negras desde 1992. Em 14 de março de 2019, completa-se um ano do assassinato de Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, de uma maneira extremamente brutal. A vereadora nascida na Favela da Maré, no Rio de Janeiro, era engajada na luta antirracista, feminista e pró LGBTI.

O Festival Marielle Franco é uma homenagem de Criola que mistura arte e ativismo, eternizando a figura de uma mulher que seguirá nos inspirando. Serão apresentados no Teatro Municipal Gonzaguinha os espetáculos “Tempestuosa Depressagem” e “Lótus”, no dia 20 de março, quarta-feira, a partir das 19 horas, e “Encruzilhada Feminina”, dia 27 de março, quarta-feira, às 19 horas. Os ingressos para cada um dos espetáculos custam R$30 (inteira), R$15 (meia-entrada) e R$10 (lista amiga). As produções chamam atenção para os dilemas objetivos e subjetivos que enfrentam as muitas mulheres negras e celebra as estratégias de autocuidado e promoção do bem viver.

Dirigida por Tatiana Tibúrcio, “Tempestuosa Depressagem” é uma performance de 25 minutos de duração que dialoga com as vivências subjetivas do ser humano, propondo discutir suas consequências a partir de um recorte de gênero e raça. O espetáculo retrata as nuances da síndrome do pânico e da depressão, contando com a produção de vídeo com relatos de pessoas, em sua maioria mulheres negras, que já passaram por processos depressivos durante os últimos anos e/ou pesquisam os temas trabalhados durante a performance. A classificação indicativa é 16 anos.

“Lótus” é uma espetáculo que tem como ponto de partida a linguagem poética negra feminina. Em cena, o universo de mulheres que trazem em suas afetividades histórias invisibilizadas pelo imaginário social. O monólogo é protagonizado pela atriz e mestra em artes cênicas, Danielle Anatólio. Com 25 minutos de duração, “Lótus” trata de amor, superação, beleza e vida dentro de um contexto de solitude em que está inserida a mulher negra contemporânea, além de contar os caminhos que essas mulheres encontram para resistir e reexistir. A temática base do espetáculo é a hipersexualização do corpo negro feminino e a solidão vivenciada por mulheres pretas.Classificação indicativa 16 anos.

“Encruzilhada Feminina” é um projeto político de arte cênica, idealizado por Cynthia Rachel Esperança que visa, a partir, das inquietações e crescentes índices de violências, evidenciar o que as mulheres negras, em muitas esferas sociais, têm sofrido com o racismo explícito e implícito na sociedade brasileira. A Encruzilhada é a representação dos caminhos a serem trilhados, em cena, por uma atriz que percorre os sete atos propostos, mostrando para a platéia diferentes situações que a mulher negra vivencia em seu cotidiano. A ideia do espetáculo nasceu da necessidade de visibilizar as diversas formas de violência que mulheres sofrem, e como superam estas experiências. A classificação é livre.

O Teatro Municipal Gonzaguinha está localizado na rua Benedito Hipólito, 125, Centro, Rio de Janeiro.

 

 

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