05/09/2025

Secretário Daniel Soranz se reúne com lideranças do projeto Saúde das Mulheres Negras

Lideranças parceiras do projeto Saúde das Mulheres Negras, de Criola, reivindicam uma unidade de saúde na Alcobaça, treinamento antirracista para as equipes de saúde e estrutura inclusiva para pessoas com deficiência para a realização de exames

No início desta semana, o secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz (PSD) e lideranças parceiras do projeto Saúde das Mulheres Negras, da ONG CRIOLA, se reuniram para tratar das reivindicações para seus territórios de atuação. Entre as demandas apresentadas estavam a instalação de uma unidade saúde na Alcobaça, no Complexo do Chapadão. A ONG deseja uma estrutura inclusiva para pessoas com deficiência com objetivo de realizar exames. Além disso, pedem o que chamam de “treinamento antirracista” para as equipes de saúde, e atendimento humanizado para as mulheres trans. Quanto à unidade da Alcobaça, Soranz garantiu que o projeto sairá do papel.

A responsável pela articulação do encontro, Flávia Concécio, afirmou que o Projeto Saúde das Mulheres Negras teria ampliado o poder de articulação das lideranças locais para a reivindicação de pautas ligadas à área da saúde:

“Foi um trabalho árduo chegar até aqui, ao ponto de conseguir esse diálogo. Isso só foi possível graças à estrutura do Projeto Saúde das Mulheres Negras, implementado nos territórios, que trouxe visibilidade e força para nossas demandas. A parceria com a CRIOLA foi essencial para viabilizar esse processo, já que a articulação com as Unidades Básicas de Saúde é muito difícil e, sem esse apoio, não teríamos conseguido. Essa primeira conversa abre portas para novas possibilidades e mostra ao município o quanto é importante criar espaços de diálogo para avançarmos na construção de políticas públicas que realmente atendam às nossas necessidades”, disse Flávia, que está à frente do movimento em Costa Barros e Complexo da Pedreira, na Zona Norte carioca.

De acordo com Flávia Concécio, as dificuldades supostamente enfrentadas pelas mulheres negras no acesso à saúde devem ser levadas em conta pelo poder público, uma vez que, nas regiões de atuação do projeto, “a maioria das pessoas que dependem das UBS são mulheres negras, que encontram inúmeros obstáculos para receber atendimento, muitas vezes por conta de uma estrutura marcada pela violência e pela desigualdade”, ressaltou.

A coordenadora geral de CRIOLA, Lúcia Xavier reforçou que “o SUS é uma das mais importantes políticas públicas do Brasil. Para que ele cumpra plenamente sua missão, é fundamental promover à saúde das mulheres negras, enfrentando as desigualdades e as iniquidades em saúde. Isso significa atender as mulheres negras cis e trans, promovendo e garantindo acesso digno, integral e equânime”.

Sobre o projeto Saúde das Mulheres Negras

Iniciativa da organização CRIOLA, o projeto Saúde das Mulheres Negras foi lançado em novembro do ano passado, com o objetivo de apresentar mudanças no sistema em saúde, para assegurar atendimento de qualidade às mulheres negras da Região Metropolitana fluminense. O projeto conta com parcerias com diferentes organizações e lideranças regionais.

Reprodução: Diário do Rio

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