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Mais de 30 anos em ação

Seguindo os passos das nossas ancestrais, Criola completou 30 anos de história em 2022. Nas três décadas de nossa existência, nos dedicamos ao enfrentamento do racismo patriarcal cisheteronormativo e à defesa dos direitos das meninas e mulheres negras cis e trans, criando políticas e pontes seguras para alcançar a justiça e o bem viver.

Vislumbramos mulheres negras como agentes de transformação, vivendo em uma sociedade fundada em valores de justiça, equidade e solidariedade, em que a presença e contribuição da mulher negra sejam acolhidas como um bem da humanidade.

Nossa missão é instrumentalizar as mulheres negras – jovens e adultas, cis e trans – para o enfrentamento ao racismo, sexismo, lesbofobia e transfobia. E ainda para atuar nos espaços públicos, na defesa e ampliação dos seus direitos, da democracia, da justiça e pelo Bem Viver.

30 anos de ação

Nossos passos vêm de longe

A luta das mulheres negras é secular. O que resgatamos ao longo das cinco décadas retratadas aqui é resultado da ação coletiva daquelas que vieram antes. Mulheres que, amparadas na ancestralidade, escreveram e continuam escrevendo esta história de luta pela liberdade no Brasil. Nesta linha do tempo, apresentamos marcos na história do movimento de mulheres negras no Brasil que impactam e influenciam a jornada de 30 anos de atuação de Criola.

1980 - RECONSTRUÇÃO DA DEMOCRACIA

Com o fim da ditadura militar, mulheres negras fortaleceram a redemocratização do Brasil com forte presença nos processos de aprovação da Constituição Cidadã (1988) e articulação política por direitos. À época, mulheres estavam submetidas a violências e práticas eugênicas que permitiam oferta indiscriminada de laqueaduras para adolescentes, jovens e adultas. Esse cenário começa a unir as ativistas que, na década seguinte, fundariam Criola. Destaques:

  • Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres (CNDM) – 1983
  • I Encontro Nacional de Mulheres Negras (Valença/RJ) – 1988
  • Marcha Contra a Farsa da Abolição – 1988
  • Fundação do Geledés – Instituto da Mulher Negra (São Paulo/SP) – 1988

Foto: Marcha Zumbi dos Palmares – Januário Garcia

1980 - RECONSTRUÇÃO DA DEMOCRACIA

1990 – UNIÃO INTERNACIONAL

Mulheres negras do Brasil e América Latina se organizam para pautar a defesa e promoção de seus direitos nesses territórios, além de incidir nas propostas globais pelo enfrentamento ao racismo. 

  • II Encontro Nacional de Mulheres Negras – 1991
  • Comissão Parlamentar de Inquérito, mais conhecida como CPI da Esterilização – 1991
  • Fundação de Criola (Rio de Janeiro/RJ) – 1992
  • Formação da Rede Aidsinformação Criola, voltada para o enfrentamento da pandemia de Aids – 1992
  • 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, que dá origem à Red Afrolatinamericana y Afrocaribeña de Mujeres e ao 25 de julho como Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe – 1992
  • Declaração de Itapecerica da Serra, pós Seminário Nacional Políticas e Direitos Reprodutivos das Mulheres Negras – 1993
  • Criação da Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), com relevante papel na realização da Conferência de Durban da ONU – 1999

 

Foto: II Encontro Nacional de Mulheres Negras – Arquivo Criola

1990 – UNIÃO INTERNACIONAL

2000 – POLÍTICAS PÚBLICAS

Criola articula programas de formação e redes para o enfrentamento à violência. Também participa de inúmeros conselhos de participação popular e políticas públicas. Graças à luta das mulheres negras, o Estado brasileiro assina convenções internacionais, cria novos espaços institucionais e políticas públicas em busca de equidade, justiça e reparação.  

  • Conferência de Durban (África do Sul), como ficou conhecida a 3ª Conferência Mundial Contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas da ONU, com histórica participação de mulheres negras. O encontro evidenciou o Brasil como sociedade estruturalmente racista e impulsionou a urgência de ações afirmativas e de reparação social – 2001
  • Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) – 2003
  • Lei 10.639, que instituiu o ensino da História e cultura africana e afro-brasileira no currículo escolar- 2003
  • Organização do programa MULTIversidade Criola, com o objetivo de reunir diferentes experiências de ensino e aprendizagem de temas de interesse das mulheres negras e do antirracismo. – 2004
  • Formação da primeira turma do Curso de Atualização: “A Teoria e as Questões Políticas da Diáspora Africana nas Américas” – 2006
  • Fundação da Iya Agbá-Rede de Mulheres Negras contra a Violência, com formação de 300 lideranças sobre saúde da população negra – 2005
  • Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) – 2006
  • Participação no Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro; Comitê Técnico de Saúde da População Negra do Ministério da Saúde; Comitê Técnico de Saúde da População Negra do Município do Rio de Janeiro; Comitê Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas; Conselho Nacional de Juventude; entre outros.

 

Foto: Conferência de Durban – UN Photo/Evan Schneider

2000 – POLÍTICAS PÚBLICAS

2010 – Marcha pelo Bem Viver

Fortalecer a união e pautar reivindicações se fez necessário diante de um cenário de perda direitos. No final da década, o país volta ao Mapa da Fome da ONU e o governo de extrema direita amplia ameaças à democracia. Alguns marcos:

  • Estatuto da Igualdade Racial – 2010
  • Cedaw, comitê ligado à ONU, atribui responsabilidade do Estado brasileiro pela morte evitável da jovem negra Alyne Pimentel, ocorrida nove anos antes após uma série de negligências médicas. Caso se torna emblemático sobre a mortalidade materna causada por racismo – 2011
  • Lei 12.711, que institui a reserva de 50% das cotas nas universidades públicas para estudantes negras e negros – 2012
  • Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo, a Violência e pelo Bem-viver, em Brasília, quando 50 mil mulheres exigem um novo pacto civilizatório – 2015
  • Criação da Plataforma Alyne: Em defesa das Mulheres Negra – 2015
  • Assassinato e feminicídio político da vereadora negra Marielle Franco no Rio de Janeiro – 2018

 

Foto: Marcha das Mulheres Negras – Marcello Casal Jr/Agência Brasil

2010 – Marcha pelo Bem Viver

2020 – Luta pela vida e por direitos

A pandemia descortina um Brasil dividido racialmente: de um lado, uma população que sofre com a falta de vacinas contra a pandemia de Covid-19 e a necessidade de seguir trabalhando; do outro, uma população que não abre mão de seus privilégios. Diante desse cenário, coube às mulheres se organizar para acolher umas às outras, enquanto continuam a lutar.

  • Cleonice Gonçalves, mulher negra de 63 anos, doméstica, foi infectada no trabalho se torna a primeira vítima da Covid-19 no país – 2020
  • Criola cria ações de enfrentamento à pandemia junto a lideranças negras, entre elas, o projeto “A hora é agora!”, com doações de cestas básicas e mutirões de cadastramento no auxílio emergencial – 2020
  • “Carta das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver”, sob o lema Mulheres Negras Movem o Brasil por Direitos, entregue ao Ministro do STF, Luiz Fux – 2020
  • Encontros internacionais da ONU contam com participação de Criola para denúncia e cobrança de saídas para o acirramento dos efeitos do racismo no Brasil. Entre eles, a COP27 (Conferência do Clima), o I Fórum Permanente de Afrodescendentes, a Revisão Periódica Universal do Brasil e avaliação do país no Comitê pela Eliminação da Discriminação Racial e Direitos Humanos (CERD) – 2022
  • Criola celebra 30 anos de fundação com homenagem às ialodês do passado e do presente – 2022

 

Foto: Celebração Criola 30 anos – Adriana Medeiros

2020 – Luta pela vida e por direitos
Equipe e Associadas

equipe e associadas

Associadas

Anazir Maria de Oliveira

Dandara Pires

Guaraciara Mathilde Werneck Maria

Helena Lúcia Francisco

Jurema Pinto Werneck

Lúcia Maria Xavier de Castro

Maiah Lunas Maciel Marques de Oliveira

Maria do Nascimento (Mãe Meninazinha de Oxum)

Nilce Naira do Nascimento

Thereza Antônio de Castro

Thula Rafaela de Oliveira Pires

Vanda Maria de Souza Ferreira

Diretoria Executiva

Guaraciara Mathilde Werneck Maria
Thereza Antônio de Castro

 

Conselho Consultivo

Anazir Maria de Oliveira
Guaraciara Mathilde Werneck Maria
Jurema Pinto Werneck
Thereza Antônio de Castro
Thula Rafaela de Oliveira Pires

 

Conselho Fiscal

Anazir Maria de Oliveira
Helena Lúcia Francisco
Thula Rafaela de Oliveira Pires

Equipe

1. Lúcia Maria Xavier de Castro Coordenação Geral

2. Monica Pereira do Sacramento Coordenação Programática

3. Fabiana Netto Coordenadora Administrativa e Financeira

4. Élida de Aquino Coordenação de Comunicação

5. Luceni Santos Ferreira Assistente Administrativa

8. Débora de Oliveira Vasconcelos Bibliotecária

9. Mariana Nogueira Assistente de Comunicação

10. Danielle Moraes Programa de Suporte à defensoras dos DH

11. Winnie Samanú de Lima Lopes Líder de Projetos

12. Valdilene Maria de Oliveira de Vasconcelos Bibliotecária (voluntária)

13. Maria Elisa Alvarenga

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