22/11/2021
Criola exige Justiça e punição imediata aos responsáveis
No fim de semana de celebração pelos 50 anos do Dia Nacional da Consciência Negra, muitos não puderam comemorar. Pouco mais de 3 anos após uma chacina que deixou oito mortos e que foi denunciada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos em uma ação conjunta entre Criola, Defensoria Pública do RJ, Movimento Negro Unificado e Instituto de Estudos da Religião (ISER), uma nova chacina acontece no Complexo do Salgueiro, município de São Gonçalo (RJ).
Após a morte de um policial, no sábado (20), a polícia voltou ao local e deixou pelo menos oito vítimas, como na chacina de 2018. Segundo lideranças da região, este número pode ser bem maior. No domingo (21) uma mulher de 71 anos já havia sido baleada em um confronto na região.
A ação deste fim de semana deixa claro como áreas populares, como as favelas, e que são ocupadas, em sua maioria, pela população negra, são os principais alvos da política de morte do governo do Estado do Rio de Janeiro. O racismo institucional fere corpos negros diariamente e, quando não mata mães negras no parto, retira de seus braços seus filhos e familiares.
Segundo dados da Rede de Observatórios da Segurança, até outubro, já haviam sido realizadas 38 chacinas, sendo que 27 delas foram cometidas por policiais, e 128 mortes haviam sido registradas. Somente em São Gonçalo, foram pelo menos 10 chacinas só este ano, sendo que todas elas foram cometidas durante operações policiais, segundo informações do Instituto Fogo Cruzado.
Importante lembrar que estas ações policiais aconteceram enquanto a ADPF 635, a ADPF das Favelas, que proíbe a realização de operações policiais em comunidades durante a pandemia da Covid-19, estava em curso.
Criola manifesta solidariedade às mulheres negras que perderam seus familiares exige Justiça e punição imediata aos responsáveis por tanto horror.