25/03/2021
Desaparecimento dos meninos de Belford Roxo completa 90 dias sem respostas
Após 90 dias do desaparecimento das crianças Alexandre da Silva, Lucas Matheus e Fernando Henrique, em Belford Roxo, município da Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, suas mães, mulheres negras, vivenciam uma série de violações de seus direitos.
As poucas informações que se tem notícia, como a imagem de uma câmera de segurança em que os meninos aparecem, sequer havia sido identificada pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), responsável pela investigação. Foi apenas após o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro informar que encontrou imagens dos meninos que o caso ganhou novas pistas.
Segundo dados da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA), que acompanha o caso dos meninos de Belford Roxo, só no estado do Rio o número de crianças ainda desaparecidas é de 579, sendo 20,03% dessas crianças, negras. Segundo o Instituto de Segurança Pública, aproximadamente 60% do total de pessoas desaparecidas no estado ocorrem na Baixada Fluminense.
Diante deste cenário, Criola e outras organizações que também lutam por justiça social, promoção de direitos, equidade de gênero e igualdade racial assinam Carta Pública demandando ao governador em exercício do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, em especial ao comando das secretarias de Polícia, de Assistência Social e Direitos Humanos, ao Presidente do Tribunal de Justiça e ao Procurador Geral do Ministério Público:
– Celeridade nas investigações do caso, além de suporte jurídico, psíquico e financeiro às famílias dos meninos de Belford Roxo;
– Divulgação e transparência dos dados relacionados às pessoas desaparecidas no estado com recorte por municípios, regiões, idade, gênero, raça, com indicativo dos casos apurados, sem resolução ou arquivados;
– Resposta pública e em página institucional oficial que traga as políticas públicas sociais implementadas e em execução para redução do risco social, redução do grave quadro de desaparecimento de pessoas e promoção de justiça social em todo o estado, e em especial nos municípios da Baixada Fluminense.
Acesse a carta na íntegra atualizada em março de 2021 com novas assinaturas aqui.