02/09/2025
Em luta por Justiça e Bem Viver: Criola completa 33 anos de história
Ao longo de mais de três décadas, a organização se dedica ao fortalecimento de sua ação política para consolidação dos direitos de meninas e mulheres negras e eliminação do racismo patriarcal cisheteronormativo
Rio de Janeiro, 1992. No contexto da fundação de Criola, a articulação de mulheres negras brasileiras e latino-americanas se fortalecia e se organizava para pautar a defesa e promoção de seus direitos nesses territórios, além de incidir nas propostas globais pelo enfrentamento ao racismo.
O Brasil passava por um momento político agitado, com destaque para a Comissão Parlamentar de Inquérito que ficou conhecida como a CPI da Esterilização, em 1991. A Comissão visava investigar a incidência de esterilização em massa de mulheres no Brasil, um quadro grave que envolvia questões de saúde pública e racismo estrutural. A CPI foi proposta pela Deputada Benedita da Silva e pelo Senador Eduardo Suplicy, e tinha como objetivo apurar denúncias de práticas discriminatórias e a esterilização forçada de mulheres, especialmente negras, no país.
Nessas três décadas de nossa existência, nos dedicamos ao enfrentamento do racismo patriarcal cisheteronormativo e à defesa dos direitos das meninas e mulheres negras cis e trans, criando políticas e pontes seguras para alcançar a justiça e o Bem Viver. Somos gratas por cada pessoa que construiu e trilha esse caminho conosco.
Com afeto e votos de um futuro livre de racismo e violências para meninas e mulheres negras, destacamos a mensagem especial de nossa Coordenadora Geral, Lúcia Xavier:
Hoje completamos 33 anos de existência.
Ao longo desta jornada, fomos acompanhadas, orientadas e acolhidas por mulheres e homens negros que nos ajudaram a forjar o nosso trabalho. Assim como outras organizações e movimentos da sociedade civil brasileira que nos apoiam até hoje, na busca da erradicação do racismo patriarcal cisheteronormativo.
Hoje, comemoramos mais um tempo desta ação coletiva e queremos dividir com você a nossa alegria. Nesta data, queremos também lembrar que estamos em contagem regressiva para mais uma atuação política que todas nós, mulheres negras, estamos construindo: a Marcha de Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, que acontecerá em Brasília, no dia 25 de novembro, mês da Consciência Negra.
Seguiremos juntas, em Marcha!