27/05/2025

Por maior participação nos espaços de decisão, Criola reúne lideranças negras que atuam em prol da Justiça Climática

Encontro abriu espaços de diálogo e proposição de caminhos para que mulheres negras participem como protagonistas da discussão sobre as mudanças climáticas

No último dia 24/05, Criola reuniu ativistas, especialistas e lideranças de diversos lugares do Rio de Janeiro para o primeiro encontro, de uma série de quatro, com o tema “Mulheres Negras Construindo o Futuro com Justiça Climática: por Reparação e Bem Viver”. A iniciativa é parte dos esforços que Criola tem empreendido em dialogar diretamente com meninas e mulheres negras que tem atuado em prol da pauta climática propondo caminhos e estratégias alinhadas com as verdadeiras necessidades das comunidades tradicionais e de terreiro, e das pessoas mais vulneráveis.

As mudanças climáticas atingem todas as pessoas, mas seus impactos não são vivenciados da mesma maneira por todos. A raça, o gênero, a classe social, o território, a geração, entre outros marcadores sociais, fazem com que determinados grupos sejam mais impactos por elas, bem como encontrem maiores dificuldades para se reerguer após um desastre. Mulheres negras têm se organizado nacional e internacionalmente enquanto ativistas e personagens centrais nas mobilizações pelo clima em eventos de impacto mundial – há muitas décadas, participando ativamente de eventos como as Conferência de Durban e as Conferências do Clima.

Apesar disso, há uma lacuna de dados sobre as emergências climáticas com recorte de raça e gênero, além de poucas iniciativas no âmbito das políticas de Estado que sejam capazes de reduzir os danos da crise climática para as populações mais socialmente vulneráveis, como constata a Agenda das Mulheres Negras Construindo o Futuro com Justiça Climática, lançada por Criola em 2024.

Foto: Mariana Nogueira – Acervo Criola

Com estes encontros, buscamos fortalecer a autonomia e liderança de mulheres negras cis e trans, além de articular redes de apoio; estratégias de segurança e proteção; ferramentas de autocuidado e cuidados coletivos, para defensoras de direitos humanos que atuam nas mudanças climáticas e transição justa. A presença de mulheres negras nos espaços de tomada de decisão é fundamental, já que são as mais impactadas pelos efeitos do clima. 

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