04/05/2022

Criola, Conectas e Portal Catarinas realizam ciclo de debates sobre racismo religioso

“Qual o papel da religião no debate de direitos humanos e no enfrentamento à violência contra religiões de matriz africana?”

Esta é a pergunta que deve guiar o primeiro encontro do “Diálogos sobre racismo religioso”, que acontece nesta quinta-feira (5/6), das 10h às 12h, no canal do YouTube do Portal Catarinas. A atividade faz parte de um ciclo de debates público, gratuito e de amplitude nacional que será realizado realizado em quatro oportunidades ao longo de 2022.

O evento é promovido por Criola, Conectas e Portal Catarinas, com apoio de Synergia, e quer dialogar sobre os impactos do racismo religioso junto à população negra, os povos de religiões de matriz africana, povos indígenas e outros grupos sociais afetados por esse tipo de violência e violação dos direitos humanos.

O objetivo é entender as lacunas que existem no debate político e de direitos humanos sobre liberdade religiosa e racismo religioso, levando em consideração a intersecção de gênero, identidade de gênero, territorialidade e outras dimensões de opressão.

Neste primeiro encontro, os convidados que irão apresentar suas experiências e perspectivas o papel da religião no debate de direitos humanos e no enfrentamento à violência contra religiões de matriz africana serão Lúcia Xavier, coordenadora geral da Criola, Rafael Soares, secretário de Planejamento e Cooperação de KOINONIA, Felipe Brito, idealizador e diretor geral da Ocupação Cultural Jeholu e Baba Diba de Iyemonja, Babalorixa e Sanitarista, Presidente Conselho do Povo de Terreiro do Estado do RS. A mediação será de Thayná Yaredy, do Conectas.

Contexto
O racismo contra as religiões de matriz afro-brasileira é histórico e estrutural. A plena liberdade religiosa e de crença não é concreta para os povos de terreiro, que continuam a ser destruídos por práticas que promovem o apagamento de culturas tradicionais. Os adeptos dos terreiros perdem o acesso aos seus direitos básicos como consequência da violência sustentada institucionalmente e reafirmada socialmente.

O crescimento desse tipo de violência acompanha diversos fenômenos, entre eles, o crescimento das igrejas neopentecostais no País e o aparelhamento das instituições de justiça e direito por estas religiões. Por isso, o enfrentamento ao racismo religioso se articula profundamente com o enfrentamento a um sistema majoritariamente racista, patriarcal e cisheteronormativo – entendida aqui como a interseção das subordinações de raça, gênero, identidade de gênero e orientação sexual – e, portanto, essa é uma estratégia que precisa ser desenvolvida simultaneamente com os movimentos negros, mulheres negras, e de LGBTQIA+.

Ampliar o debate sobre o tema é urgente para somar esforços, unir lutas e garantir a sobrevivência e qualidade de vida da população negra, dos povos indígenas e de outros grupos sociais afetados por esse tipo de violência.

Conheça os convidados:
Lúcia Xavier – assistente social, militante dos Direitos Humanos e coordenadora geral da Criola;
Felipe Brito – mestre em Políticas Públicas (UMC). Coordenou a comunicação da Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de São Paulo (2013/2015). É idealizador e diretor geral da Ocupação Cultural Jeholu, movimento cultural, político e antirracista organizado a partir das tradições de matrizes africanas;
Rafael Soares – Ogan de Oxóssi, terreiro Iyá Nassô Oká, Secretário de Planejamento e Cooperação de KOINONIA;
Baba Diba de Iyemonja – Babalorixa, Sanitarista, Presidente Conselho do Povo de Terreiro do Estado do RS , Coordenador Nacional Renafro Saude e Ativista Socia no Combate ao Racismo e Racismo Religioso.

SERVIÇO

O quê: 1º Encontro do “Diálogos sobre racismo religioso”
Data: 5 de maio
Transmissão: canal do YouTube do Portal Catarinas
Horário: 10h às 12h.

 

Sobre as organizações realizadoras
Criola é uma organização da sociedade civil com 29 anos de trajetória na defesa e promoção dos direitos das mulheres negras e na construção de uma sociedade onde os valores de justiça, equidade e solidariedade são fundamentais. Nesse percurso, Criola reafirma que a ação transformadora das mulheres negras cis e trans é essencial para o Bem Viver de toda a sociedade brasileira.

A Conectas é uma organização não governamental que luta pela igualdade de direitos, propondo soluções, impedindo retrocessos e denunciando violações para produzir transformações. Tem status consultivo junto à Organização das Nações Unidas (ONU) e, desde maio de 2009, dispõe de status de observador na Comissão Africana de Direitos Humanos e dos Povos.

Criado em 2016, frente à ascenção da onda conservadora no Brasil, o Portal Catarinas é uma mídia independente feminista, que atua na produção de narrativas jornalísticas feministas, antirracistas e transinclusivas que colaboram na defesa e na manutenção dos direitos humanos das mulheres em sua multiplicidade – pretas, indígenas, trabalhadoras, LBTs, com deficiência, camponesas, entre outras. A organização entende o jornalismo como uma ferramenta indispensável para o fortalecimento dos processos democráticos e ligados à equidade de gênero.

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