01/02/2020

Por que precisamos conversar sobre o Pacote Moro e seus impactos sobre às mulheres negras?

No próximo dia 5 de fevereiro, quarta-feira, das 17h às 20h, em sua sede (Av. Presidente Vargas, 482, sobreloja (numero 203) – Centro, RJ), Criola promove a roda de conversa “O Pacote Moro e seus impactos na vida de mulheres negras”.  Esta roda quer mobilizar colaborativamente parceiras para juntas incidirmos pela ampliação de processos sociais em repúdio ao vigente Pacote Moro (Pacote de Ampliação do Estado Penal, lei 13.964/19) e para que mulheres negras, suas famílias e comunidades vivam sem racismo, morte, violência e com bem-viver.

Convidadas: Clatia Vieira (Fórum Estadual de Mulheres Negras RJ); 

Lia Manso (Criola); 

Lígia Medeiros (Open Society)

Inscreva-se: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSe7WCrIFSO_2L_e5JKAqAvLjnNRbqhwB_6wJvlYIC0nl0DUGQ/viewform

Alguns números importantes!

Observatório da Segurança Pública – RJ / CESeC analisa os números oficiais da violência de novembro de 2019 

De janeiro a novembro, já são 1.686 mortos pela polícia. Um aumento de 16,6% em relação ao mesmo período de 2018. Entre as regiões do estado, a Grande Niterói tem maior participação da polícia nas mortes violentas (43,2%), seguida da Capital (38,5%). Mas a violência policial se concentra ainda mais na região da Tijuca: lá, em cada 100 mortes violentas, 55 foram cometidas por policiais. Na área do Complexo do Alemão e do Lins de Vasconcelos, são 47 em cada 100.

A redução de 20% nos homicídios não ocorre em todo o estado: a AISP 38 (Três Rios, Sapucaia) registrou aumento de 108%; a AISP 17 (Ilha do Governador) teve aumento de 48,4% e a AISP 11 (Nova Friburgo, Cordeiro), um aumento de 28%.

A área da 14º AISP (Realengo, Bangu) segue com aumento expressivo da letalidade policial:  127 mortes foram registradas neste ano, contra 46 no ano passado.

Nas áreas da 38º e 17º AISP, a letalidade violenta (homicídios, latrocínios, mortes decorrentes de ações policiais) variou acima de 50% (80% e 54,8%, respectivamente).

Os roubos em coletivos seguem estáveis. Foram registrados mais de 14 mil casos em todo o estado. Na área da 22º AISP (Bonsucesso, Maré) foram registrados 1.435 roubos, quase 50 por dia.

Os femicídios cresceram 24% de janeiro a novembro de 2019 em relação a 2018. Em novembro houve 13 feminicídios, um recorde de registros em um mês.

Observatório da Segurança RJ/CESeC faz balanço de operações policiais no Rio de Janeiro em 2019 

De janeiro a dezembro, o monitoramento do Observatório da Segurança contabilizou 1.296 operações, que resultaram em 387 mortes. Ou seja: uma morte a cada 3,3 operações.

Comparamos os dados atuais com os do Observatório da Intervenção, que abrangem o período de março a dezembro de 2018. Descobrimos que a letalidade policial nesse período cresceu assustadores 92%.  Em 2018, houve 201 mortes em 711 operações no estado.

O contraste entre 2018 e 2019 também mostra diferenças estratégicas no planejamento das operações policiais. Em 2019, 91% das operações envolveram uma única força de segurança, revelando que as polícias trabalham isoladamente. Em 2018, esse percentual era de 69,1%, pois havia muitas ações que articulavam diferentes forças.

Em 2019, 63 operações utilizaram helicópteros. 

A Rede de Observatórios da Segurança é um projeto do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC). Saiba mais em observatorioseguranca.com.br

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