07/04/2022
Criola realiza curso sobre Justiça Climática com inscrições prorrogadas até 23/04
Iniciativa voltada a mulheres negras será no formato on-line, com aulas a partir de 27 de abril
Ampliar a participação e a incidência política das mulheres negras no debate da agenda do clima. Esta é a proposta do novo curso de Criola, “Mulheres Negras construindo o Futuro com Justiça Climática”, com inscrições prorrogadas até 23/4. O curso acontece no formato on-line, com aulas ao vivo, de 27 de abril a 04 de julho, sempre às segundas e quartas, das 19h às 21h.
Serão oferecidas 30 vagas para mulheres negras cis e trans, jovens e adultas, que receberão uma bolsa mensal de RS 200. São encorajadas as participações de mulheres oriundas de favelas e bairros periféricos, quilombolas, ribeirinhas e participantes de instituições religiosas de matriz africana. Não é necessário ter conhecimento ou atuação na pauta climática, mas é essencial o desejo de incidir e propor soluções para o tema.
O curso traz uma abordagem interseccional para o aprofundamento das causas e consequências do fenômeno das mudanças climáticas, sugerindo novos caminhos que considerem outros grupos, como as mulheres negras. A programação, distribuída em 11 módulos, trará temas como racismo ambiental e climático, impactos das mudanças climáticas no exercício da maternidade e na saúde reprodutiva e estratégias nacionais e internacionais para o combate ao problema.
A iniciativa tem o apoio do Instituto Clima e Sociedade e integra uma série de ações de Criola em torno de projeto voltado à participação e incidência política das mulheres negras no debate da agenda do clima a partir do enfrentamento do racismo patriarcal cisheteronormativo.
Racismo ambiental e climático
Recentemente, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, divulgou um relatório que indica que o mundo tem apenas três anos para impedir uma catástrofe climática. Os sinais desse descompasso já são vistos e sentidos por toda a sociedade, especialmente por grupos historicamente excluídos como a população negra, povos indígenas e comunidades tradicionais, que sofrem com deslizamentos de terra, enchentes, falta de água potável e ondas de calor.
“Precisamos adotar uma perspectiva que considere raça e gênero no impacto das mudanças climáticas desde já, ou demoraremos ainda mais tempo para sermos ouvidas sobre este tema”, alerta Lúcia Xavier, coordenadora geral de Criola. Lúcia lembra que a capacidade de adaptação e resposta à mudança é moldada por relações de poder que determinam o acesso a recursos, informações e a disponibilidade de opções e escolhas. “Se esses fatores não forem considerados, em vez de reduzir as injustiças existentes, as soluções previstas irão potencializá-las”, afirma.
Sobre Criola
Criola é uma organização da sociedade civil com 30 anos de trajetória na defesa e promoção dos direitos das mulheres negras e na construção de uma sociedade onde os valores de justiça, equidade e solidariedade são fundamentais. Nesse percurso, Criola reafirma que a ação transformadora das mulheres negras cis e trans é essencial para o Bem Viver de toda a sociedade brasileira.
Serviço
Curso Mulheres Negras construindo o Futuro com Justiça Climática
De 27 de abril a 04 de julho de 2022, com aulas segundas e quartas, das 19h às 21h