29/01/2021

Dia Nacional da Visibilidade Trans

A violência política é um fenômeno cada vez mais preocupante como uma grave violação dos direitos humanos. O processo eleitoral de 2020 se firmou como um dos mais violentos dos últimos anos, com um crescimento assustador dos casos de violência, principalmente contra mulheres negras trans.

No ano passado, foi registrado pelo menos um episódio de violência política a cada dois dias, segundo os dados da pesquisa “Violência Política Contra as Mulheres Negras”, coordenada pelo Instituto Marielle Franco. Para Dandara Rudsan, ativista trans, graduada em Direito e especialista em Diálogos e Mediação de Conflitos, os casos de violência, principalmente a física e a política, contra mulheres negras trans, só mostram o avanço do racismo estrutural na sociedade.

“Temos que ficar atentas às práticas de racismo e violências em espaços públicos e políticos, que estão cada vez mais escandaradas. E aprofundar estratégias de segurança coletiva para essas mulheres. Esse é só o começo do enfrentamento”, explica a ativista, que foi uma das palestrantes do #minicurso sobre Incidência Política, realizado por Criola no âmbito do projeto #Redes, no último dia 23 de janeiro.

No Dia Nacional da Visibilidade Trans, a Antra apresenta o Dossiê dos Assassinatos e da Violência Contra Pessoas Trans Brasileiras, onde o Brasil registra mais um recorde de assassinatos de pessoas trans. Em 2020, 175 mulheres trans, em sua maioria negras e pobres, foram mortas. Os números revelam uma realidade cruel de ausência de políticas públicas e violação de direitos.

A semana da visibilidade trans também é marcada por dois episódios de violência contra vereadoras trans em São Paulo, Erika Hilton e Carolina Iara. Com o objetivo de pressionar as autoridades por proteção às vítimas e apuração dos fatos, Criola se soma ao Instituto Marielle Franco, Justiça Global, Terra de Direitos e Antra na ação NÃO SEREMOS INTERROMPIDAS!

Acesse: www.naoseremosinterrompidas.org

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