31/03/2023

Em Brasília, Criola e parceiras cobram medidas por mais creches e infância sem racismo

A primeira infância vive um limbo de políticas públicas no Brasil. Para que crianças de 0 a 6 anos tenham acesso a seus direitos, no entanto, o Estado precisa desconstruir a ideia de universalidade da infância, levantando em consideração especificidades diversas como as territoriais, raciais, de saberes locais e de modos de vida. Esses temas permearam as conversas com parlamentares e com o governo federal realizadas entre 15 e 17 de março pelo Grupo Articulador “Primeira Infância no Centro: garantindo o pleno desenvolvimento infantil a partir do enfrentamento ao racismo”, composto por Criola, Geledés – Instituto da Mulher Negra e outras organizações comprometidas com o tema no país.

Participaram da ação em Brasília Mônica Sacramento (Criola/RJ), Ana Paula Matias e Damiana Neto (AME Ação de Mulheres pela Equidade/DF); Letícia Leobet e Suelaine Carneiro (Geledés/SP), Maria Malcher (Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará-CEDENPA/PA), Rivanda Lina (Instituto de Mulheres Negras do Amapá-IMENA) e Rosijane Tukano (Rede de Mulheres Indígenas do Estado do Amazonas Makira E’ta).

O grupo chamou a atenção para a realidade de crianças negras, indígenas, quilombolas e de terreiro. Para isso, apresentou a Carta Compromisso e cobrou medidas práticas das autoridades. Criola enfatizou a urgência de mais vagas em creches públicas, destacando o amplo impacto financeiro, social e de desenvolvimento dessa política pública na vida das crianças e das mulheres negras.

“Mesmo quando há creches, observamos que falta opção de horário integral e alimentação adequada para as crianças. Há também uma série de problemas relacionados ao cotidiano dos espaços urbanos, como operações policiais que interrompem aulas e impactam duramente na educação de meninos e meninas”, comentou Mônica Sacramento que, na ocasião, entregou as assinaturas do manifesto “Pelo direito à creche para as crianças do Rio de Janeiro, por uma primeira infância sem racismo!”.

As reuniões em Brasília incluiu entrega da Carta compromisso para Silvio Almeida – Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania; Sonia Guajajara – Ministra dos Povos Originários; às deputadas Dandara (PT/MG), Talíria Petrone (PSOL/RJ), Duda Salabert (PDT/MG); Carol Dartora (PT/PR), e ao deputado Reginaldo Lopes (PT/MG).

O Grupo visitou os gabinetes das deputadas Célia Xakriaba (PSOL/MG), Jandira Fighali (PCdoB/ RJ) e Maria do Rosário (PT/RS). Foi recebido em audiência pelas deputadas Samia Bonfim (PSOL/SP) e pela assessoria do deputado Tarcísio Mota (PSOL/RJ), presente na reunião. Na audiência com a deputada Daiana dos Santos (PCdoB/RS) houve o compromisso com a manutenção do diálogo e propostas de ações; e a assessoria da deputada Erica Hilton (PSOL/SP) também sinalizou apoio a ações em defesa de crianças negras e indígenas. Já a deputada Denise Pessoa (PT/RS) se comprometeu com a agenda e com a realização de audiência publica nacional sobre o tema.

Foram realizados encontros com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Ministério de Igualdade Racial, Ministério da Educação e Ministério de Direitos Humanos.

Por Júlia Tavares, com informações do portal Geledés

 

Saiba mais:

Assine o manifesto “Pelo direito à creche para as crianças do Rio de Janeiro, por uma primeira infância sem racismo!”

Leia o artigo: É preciso uma aldeia inteira para criar crianças sem racismo 

Conheça a Carta compromisso o Grudo Articular do projeto Primeira Infância no Centro 

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